 |
 |
wGritos e Sussurros |
 |
 |
 |
Máx. 500 caracteres
|
 |
 |
 |
 |
 |
|
 |
 |
wdomingo, 30 de março de 2003 |
 |
 |
 |

And all it once I knew
I knew it once
I Knew he needed me
Until the day I die
I wonder why
I knew he needed me
It could be fantasy, oh
Or maybe it’s because
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
Tarara ta ta ta
Tarararara
It’s like a dame’o dance
I’ll take a chance
I will because he needs me
No one never asked before before
Because they never needed me
(But I do!) But he does
Maybe it’s because he’s so alone
Maybe it’s because he’s never had a home
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
For once, for once in life
I finally found that someone
Needed me
And if it turns out real
The love can turn our wheel
Because
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
He needs me, he needs me
Tarara ta ta ta
Tarararara
Tarara ta ta ta
Tarararara
posted by
João Cândido at 16:29
|
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
w |
 |
 |
 |

Leia entrevista coletiva com Michael Moore, que levou o Oscar por melhor documentário, soltou os cachorros na sala de imprensa!
Você fez a maior cena de uma cerimônia do Oscar. Você conseguiu o que queria? E por que fez isso?
Sou um americano.
(Risos dos jornalistas)
Só isso?
Isso é muito.
Nunca houve uma reação assim...
Eu sou um americano e você não deixa sua cidadania do lado de fora quando entra no Teatro Kodak. O que os Estados Unidos têm de bom é o direito de expressão. E é isso que eu faço nos meus filmes, na minha vida. Eu gostei da reação. (Irônico). De repente, as luzes se apagaram e.. oh, meu deus! Michael está caído no chão!
(Risos dos jornalistas)
Metade das pessoas queriam te carregar nos braços. A outra queria te malhar....
Não foi isso o que eu vi. Eu vi o público se levantar e aplaudir. Aplaudir um filme que mostra como somos manipulados pelo medo e como criamos esta cultura da violência em nosso país. Violência em casa, violência no exterior. Nós americanos matamos muitas pessoas. Matamos mais do que qualquer outro país neste planeta. E qual a lição que ensinamos às crianças de Columbine (escola retratada em seu filme onde dois alunos mataram alunos e estudantes) esta semana? Que a violência é um meio aceitável para resolver um problema, um conflito.
E as vaias depois dos aplausos?
Eram meus parentes e amigos (risos dos jornalistas). Pedi que eles vaiassem para mostrar que este é um país com diversidade de opiniões.
Você não acha que o país está dividido?
O país está unido. Os americanos não querem ver seus jovens mortos. Nós queremos que eles voltem para casa salvos. A maioria dos americanos nunca votou naquele cara que está na Casa Branca. E continuarei falando isso até que ele saia de lá. Nossa democracia foi seqüestrada. Me chamem de louco, me chamem de americano... Mas, para mim, cada pessoa vale um voto. E você tem que contar todos os votos!
Você tem medo de entrar para a lista negra de Hollywood depois disso?
Eu não trabalho para Hollywood. Sou patrocinado por canadenses e outros que não moram aqui (Risos dos jornalistas). Mas foi Hollywood que votou por este prêmio. E que se levantou para aplaudir quando o prêmio foi anunciado. Já houve uma outra reação assim esta noite? (Irritado). Nao digam que houve uma reação dividida só porque cinco pessoas vaiaram alto. Façam seu trabalho. Digam a verdade. A maiorida dos americanos é contra a guerra e não é a favor da política de Bush.
Você acha que a cerimônia deveria ter sido cancelada ou foi uma boa plataforma?
Acho que foi importante ter o Oscar. Não é por isso que estamos lutando? O american way of life? O que pode ser mais americano do que o Oscar?! Eu acho que temos que ter o direito de nos expressarmos. Quando cheguei aqui, percebi que alguns repórteres tinha uma credencial diferente. Perguntei por que e um deles sussurrou: falaram que não poderíamos fazer perguntas. Mas devemos ser livres para perguntar o que quisermos e falar o que quisermos. Esta é a beleza deste país.
Você acha que os EUA estão lutando pelo american way of life?
Não. Eu estava sendo sarcástico. Bush está lutando pelos seus amigos e pelo petróleo. É imoral.
E as razões fictícias das quais você falou?
A razão fictícia é que Saddam Hussein vai te matar esta noite. Isto é ficção. A não-ficção é que o Iraque está sendo atacado por causa do petróleo. E por que eles não dizem isso? Outro dia, num discurso, ele quase disse isso quando falou "não queimem os poços de petróleo". Pensamos que ele ia completar: "não queimem porque é nosso!". Mas ele não disse...
(Jornalista estrangeiro). Estou assistindo os noticiários desde que cheguei aqui. E parece que os roteiristas de TV são pagos pelo Pentágono. É pura propaganda!
É. Parece que estas foram as duas primeiras horas que não tivemos militares fazendo análises e comentários na TV. Eu quero que os militares tirem suas tropas da CNN, da ABC, da Fox, da CBS. Queremos a verdade!
Até as pessoas que concordam com você podem, amanhã, dizer que você estragou a festa. O que você acha disso?
Não acho isso. Eu mostrei como é vital ter liberdade de expressão. Estou nisso há muitos anos. Meu livro é o número um da lista dos mais vendidos neste país. ("Stupid white men" é um livro sobre George W. Bush e é um best-seller nos EUA). Quando, supostamente, Bush está cheio de popularidade.... E quem votou em mim sabia que eu não iria fazer um discurso agradecendo agentes e advogados. Sou uma pessoa sincera. E amo o cinema acima de tudo. Estou honrado em receber este prêmio. Vocês também trabalham com não-ficção. Trabalham pela verdade. Façam isso. Eu amo o meu país.
posted by
João Cândido at 22:36
|
 |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
wterça-feira, 18 de março de 2003 |
 |
 |
 |

Hedwig - Rock, Amor & Traição
Por Kleber Mendonça Filho
Hedwig - Rock Amor e Traição (Hedwig and the Angry Inch, EUA, 2001), de James Cameron Mitchell, é uma reflexão pop-colorida sobre amor e as linhas divisórias que marcam nossas vidas. Narrado como um musical moderno, o filme do energético Mitchell (que co-escreveu o roteiro, as músicas e ainda assume o papel título) é uma dessas excentricidades que o cinema americano produz na surdina e termina resultando numa obra estridente, conquistando platéias que têm enxergado no filme uma afirmação de como é importante ter personalidade e amor. É o cinema americano mais uma vez nos dando suas certezas otimistas, aqui literalmente travestidas de conflito, som e fúria. É uma das lições de vida mais divertidas do cinema, em tempos recentes.
Esta adaptação de um espetáculo do circuito off-Broadway (o lado alternativo da Broadway de O Fantasma da Ópera e O Rei Leão) consegue atingir uma leveza ao discutir temas pesados. O filme foi um dos mais procurados do Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mês passado. Lembra um carro cubano montado com peças avulsas de pelo menos quatro filmes: Pink Floyd the Wall, Traídos Pelo Desejo, Priscilla a Rainha do Deserto e Velvet Goldmine.
A sensação de déja vu é suplantada pela força do personagem Hansel, um menino gay de Berlim oriental que cresceu ouvindo Aretha Franklyn, David Bowie e Lou Reed na Rádio das Forças Armadas Americanas. Desde cedo, ele enxerga que as pessoas compõem a metade de um todo emocional e acredita que sua outra metade pode estar muito além do muro de Berlim. Hansel é um romântico e as delicadas animações nos dizem isso, logo de cara.
Há metáforas claras e evidentes que trabalham a favor do filme. Hansel, por exemplo, vê-se preso por trás do muro até que um americano chega para resgatá-lo do mundo comunista e da sua própria sexualidade, o sargento Luther Robinson (Maurice Dean Wint). A seqüência de sedução tem ecos de Lolita (Hansel também está tomando sol) e usa como tema principal gummy bears (aqueles ursinhos coloridos de jujuba), uma tentação para qualquer criança comunista.
O americano negro e o alemão de olhos azuis casam-se com o apoio moral da mãe de Hansel (Alberta Watson), que ainda lhe empresta uma peruca e o nome "Hedwig". Ela também estimula a operação de troca de sexo que o transformaria na Sra. Robinson ("na vida, é importante deixar algo para trás"), uma incisão mal feita que deixa Hansel com uma defeituosa "polegada irada" (o tal "angry inch" do título).
O filme evolui ao passar para os Estados Unidos, nos narrando a relação de Hedwig com Tommy (Michael Pitt), adolescente filho de militar que encontra na feminilidade extraterrestre de Hedwig um misto de paixão e repulsa. Com Hedwig, Tommy aprende tudo sobre ser pop e ter estilo, abandona as pavorosas bandas de rock "geográficas" americanas dos anos 80 (Boston, Europe, America) e vira um ídolo teen que Hedwig batiza de Tommy Gnosis (do grego "gnose", conhecimento).
Tommy, no entanto, não segura a onda sexual trazida por Hedwig, que implora que seja amado pelo que ele é. A tensão sexual revela-se forte demais e Tommy vai embora, roubando todas as músicas que um dia os dois fizeram juntos e tornando-se uma nova estrela do pop, deixando o melancólico transexual fora do amor e do reconhecimento artístico.
Estruturado como uma série de lembranças de um Hedwig transexual mal tratado pela vida, artista-drag-queen "internacionalmente ignorado" e à frente de uma banda, a "angry inch", que explora o deprimente circuito de música ao vivo em bares e restaurantes (vizinhos de arenas e estádios que recebem a turnê de Tommy), o filme é narrado, em grande parte, via música pop de boa qualidade (mixada alto na trilha) capaz de fazer o espectador assoviar melodias antes mesmo do final da sessão.
Surpreendentemente, em meio ao humor "drag queen" (uma piada com Farrah Fawcett, por exemplo), maquiagem colossal e a acidez melancólica da narração, há uma aura notável de romantismo que revela-se o verdadeiro motor do filme. Hedwig - Rock Amor e Traição é um exercício leve e perfeitamente atuado, dirigido por Mitchell com aparente liberdade de criação sobre ser aceito com aquilo que você tem para oferecer, e também pelo que você é.
Filme visto no Cineclube DirecTV, São Paulo, outubro de 2001
posted by
João Cândido at 04:02
|
 |
 |
 |
 |
 |
|