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wGritos e Sussurros |
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Hahá! Ruy Gardnier, você deu bolinha preta pra Dogville... mas eu ainda te amo!
POR FAVOR, TODOS! LEIAM ISSO:
AOS TREZE, de Catherine Hardwicke
(tirado da Contracampo)
Tom. É só o tom de um filme que permite dizer a relação que o diretor desenvolve com o tema retratado, com os atores, com a maneira de se aproximar das questões colocadas, etc. A breve leitura da sinopse de Aos Treze não nos dá margem para supor se trata-se de um filme exploit sobre adolescência (à Larry Clarke), se é um relato da crônica de vida de uma jovem (As Virgens Suicidas) ou se é um exemplar perfeito de teen film comercial (100 Garotas, Dez Coisas Que Eu Odeio...). Assistindo, temos a pior impressão possível: travestido de olhar compreensivo e acolhedor, Aos Treze é um desses filmes que deveriam vir com a tarja "Cuidado, Pais" grudada ao poster. O acavalamento de situações "perigosas para a juventude" é tão recorrente que o filme logo deixa de fazer efeito e logo torna-se risível.
Rewind. Tracy é uma menina lindinha, apesar de um tanto travada (a fórmula Betty, A Feia, já patente em Mariana Ximenes, funciona aqui também: basta prender o cabelo e estar sem maquiagem para parecer "feia"). Tem treze anos e não está contente em ser uma menina deslocada em seu colégio. Os amigos de seu irmão só têm olhos para Evie, teen bitch da mesma idade com toques de Cindy Crawford e Jennifer Lopez. Tracy se aproxima dela, torna-se amiga e passa a viver a vida de pequenos furtos, receptação de droga, promiscuidade sexual e drogadição da nova amiga. No segundo plano da trama, a explicação: a ausência da figura paterna, a falta de atenção das mães (ou tutoras), inexistência de um horizonte moral a ser seguido. Aos Treze assume freqüentemente ares de um filme institucional de assistência social: a caracterização dos personagens e o encadeamento de situações não privilegia em nada a criação de densidade (em nenhum momento vemos como sedutora a glamurosa vida que nossa Tracy decide levar, e nem ao menos conseguimos julgar como válidas as decisões que a garota toma dadas as circustâncias em que ela cresce).
Longe de qualquer intenção de ficcionalizar fortemente sua trama, a diretora Catherine Hardwicke faz de Aos Treze um filme esquemático, sem o teor de provocação existente, por exemplo, em Kids ou Ken Park (e sem o gozo, principalmente), e absolutamente desprovido de profundidade. Cedo demais descobrimos que a intenção da diretora é enquadrar seus personagens (todos eles, em alguma medida ou outra) no divã ou numa instituição de guarda, reduzindo qualquer situação dramática à facilidade da apelação descarada (Tracy fazendo sexo oral com um namorado afro-latino e depois comentando com sua amiga que o gosto é amargo) ou à pura falta de senso dramático (a mãe retirando o piso da cozinha e derrubando sucrilhos no chão como acting out de uma crise familiar). A não ser que o leitor seja um pai zeloso com seus filhos e queira se precaver com o assustador mundo da adolescência que Aos Treze pinta, não há muitos outros motivos para passar perto do cinema...
Ruy Gardnier
posted by
João Cândido at 17:46
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wsexta-feira, 10 de outubro de 2003 |
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Monolito de Ouro edição especial Festival do Rio 2003
Júri: Eu!
Top 10 Melhores Filmes:
(1) Dogville, de Lars Von Trier
(2) The Brown Bunny, de Vincent Gallo
(3) As Maletas de Tulse Luper Parte 1: A História de Moab, de Peter Greenaway
(4) As Dúvidas do Coração, de Fabio Carpi
(5) Filme de Amor, de Julio Bressane
(6) As Cinco Obstruções, de Jorgen Leth e Lars Von Trier
(7) Elefante, de Gus Van Sant
(8) O Signo do Caos, de Rogério Sganzerla
(9) Às Cinco da Tarde, de Samira Makhmalbaf
(10) Nus, de Doris Dörrie
Melhor filme: Dogville, de Lars Von Trier
Prêmio do Júri (segundo lugar): The Brown Bunny, de Vincent Gallo
Melhor diretor: Peter Greenaway por As Maletas de Tulse Luper Parte 1: A História de Moab
Melhor ator: Hector Altério por As Dúvidas do Coração
Melhor atriz: Chloe Sevigny por The Brown Bunny
Melhor roteiro: Gus Van Sant por Elefante e François Ozon por Swimming Pool
Melhor documentário: As Cinco Obstruções, de Jorgen Leth e Lars Von Trier
Melhor diretor estreante: Andrew Jarecki por A Captura dos Friedman e Dusan Milic por Jagoda e O Supermercado
posted by
João Cândido at 13:08
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